terça-feira, 9 de outubro de 2012

Monitoramento reduz ocorrências em 64%


Por falta de orçamento, Prefeitura descartou expandir o sistema ou aumentar efetivo da Guarda Municipal e reforçar monitoramento
A instalação de 24 câmeras de monitoramento em pontos críticos do Centro de Fortaleza reduziu em 64% o número de ocorrências, entre consumo de drogas, danos ao patrimônio público e pequenos furtos. Houve queda dos 54 casos registrados em julho para os 19 do mês passado. Em agosto, foram 31 ocorrências. A iniciativa, entretanto, não será ampliada para outras áreas da cidade ainda nesta gestão. Também não contará com reforço de agentes da Guarda Municipal nas proximidades das câmeras.
“As pessoas querem que tenham guardas municipais em todas as praças, mas, orçamentariamente, não temos condição de contratar guardas nesta gestão”, afirmou o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, Arimá Rocha. Em toda a Capital, 1.450 guardas fazem a segurança. O efetivo destinado ao Centro é de 65 homens.
Desde julho, quando foram implantadas as câmeras que fiscalizam 24 horas por dia, em ângulo de 360 graus, foram registradas 104 ocorrências, explica o diretor-geral da Guarda. Arimá atribui a redução nas ocorrências às “rondas mais ostensivas” da Guarda: “É um trabalho de inteligência aliado ao videomonitoramento”.
O sistema conta com o apoio de 20 guardas na central de monitoramento. Segundo Arimá, o equipamento é apenas uma das ferramentas de segurança utilizadas pela Guarda Municipal. O sistema completo inclui a atuação conjunta do Pelotão Guarda Comunitária (PGC) e da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).
A Praça da Bandeira foi a área com maior índice de redução, passando de 26 ocorrências, em julho, para 11, em setembro, o que corresponde a uma redução de 57,69%. A demonstradora Ana Cristina Nogueira, 36, embora costume visitar lojas no Centro, não sabia da existência da câmera naquela praça: “É bom? É. Mas, se houvesse a própria Polícia, evitaria uma série de pequenos assaltos que acontecem aqui. Só com essa câmera, os ladrões acabam levando o que roubam e fica por isso”.
De acordo com Arimá, a presença das câmeras inibe a ação dos criminosos. “A câmera ali, fiscalizando, quer dizer que tem uma segurança. Por isso reduz, pela questão inibidora. Por si só, já tem uma presença muito forte. O delito é registrado e a pessoa pode vir a responder criminalmente pelo fato”, afirmou.
Na Praça do Ferreira, a garçonete Ana Paula de Souza, 26, citou um assalto ocorrido diante da porta do restaurante onde trabalha. “Um rapaz roubou o colar de uma senhora. Quando aconteceu, já tinha a câmera. Mas acaba que a câmera só vai identificar a pessoa e pronto. Depois disso, fica difícil pegar o ladrão. Seria melhor se a Polícia ficasse aqui”.

Fonte: Portal Inter Jornal/AL, 09/10/2012

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