Mercado
brasileiro avança 11% com 18 mil empresas no segmento, que geram cerca de 200
mil empregos diretos e mais de 1,7 milhão de postos indiretos Um negócio que
cresce uma média de 11% por ano e movimentou cerca de R$ 3,6 bilhões ano
passado. Esse panorama, para lá de favorável, se refere ao mercado de sistemas
eletrônicos de segurança. Existem no país mais de 18 mil empresas atuantes no
segmento de sistemas eletrônicos de segurança, gerando cerca de 200 mil
empregos diretos e mais de 1,7 milhão indiretos. Segundo o diretor de
comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de
Segurança (Abese), Oswaldo Oggiam, o setor pode crescer muito mais, porém
esbarra na cultura reativa e não preventiva no Brasil. “Infelizmente um número
ainda significativo de brasileiros só lembra de investir em segurança quando
sofre alguma violência. Pelo menos, essa cultural já está mudando entre
empresários de médias e pequenas empresas. Diferente ainda do cidadão comum que
muitas vezes só pensa em instalar um sistema eletrônico de segurança em sua
casa quando tem a residência invadida”, avalia. Dados da Abese atestam o que
Oggiam afirma. No Brasil, aproximadamente 88% do consumo de equipamentos de
segurança eletrônica são originários do setor não-residencial. Oswaldo Oggiam
comenta que a expectativa do setor, porém, é que a queda de preço dos
equipamentos comece a mudar essa equação. “Como este tipo de sistema está
ficando cada vez mais simples e barato, em função dos avanços tecnológicos, a
tendência é deste quadro mudar. É um mercado que tem muito a ser explorado”,
analisa. Contrabando - O grande obstáculo desse segmento é combater o
contrabando. Da mesma forma como ocorreu no mercado de computadores pessoais, o
setor de segurança eletrônica enfrenta o desafio de tomar o espaço ocupado pelo
contrabando. Estima-se que o mesmo valor do mercado legal seja movimentado por
equipamentos trazidos ilegalmente para o Brasil, como câmeras de vídeo e
circuito interno de TV. A Abese desenvolveu o Projeto de Lei 1759/07 que
tramita na Câmara dos Deputados para regulamentar as empresas de segurança
eletrônica. “A ausência de fiscalização e regulamentações específicas para a
segurança eletrônica são grandes barreiras ao desenvolvimento do setor”, afirma
André Godinho, diretor da Alarm Sistemas Eletrônicos de Segurança. Godinho diz
que sua empresa teve um crescimento de 20% no ano passado. Uma das novidades da
Alarm, apontada pelo seu diretor, é o monitoramento bilíngue. “Com o
desenvolvimento econômico do Brasil e a realização de diversos eventos
internacionais, não somente Copa e Olimpíadas, nosso País está recebendo
milhares de estrangeiras em busca de trabalho. Por isso, o monitoramento
bilíngue tem sido muito solicitado por esses clientes que vêm morar aqui sem um
bom domínio da nosso língua”, conta Godinho. Conhecer bem o mercado, a
concorrência, estar presente em palestras voltadas para o setor e feiras de
fornecedores são de extrema importância para quem quer entrar no setor, na
opinião de Nilton Ângelo Sanches, gerente administrativo da empresa Mania
Eletro que atua há quatro anos na venda de equipamentos para segurança
patrimonial. “É fundamental também ter amplo conhecimento dos equipamentos que
vende bem como os processos de instalação dos mesmos”, orienta. Sanches conta
que há 10 anos se ouvia falar de monitoramento apenas em grandes lojas, bancos
e joalherias. “Hoje este cenário está mudando e moradores de qualquer
residência podem adquirir o seu próprio sistema de alarme monitorado ou até
mesmo alugados através de contratos de comodatos. Basta ter uma linha
telefônica, pela qual os sinais são enviados a uma central de monitoramento”,
explica . Com aproximadamente 120 itens, a Mania Eletro tem 50 clientes de
revenda e já fez mais de 20 mil vendas diretas pela internet. Sem pane: dicas
para não fracassar É um consenso que falta de investimentos mais eficazes em
segurança pública motiva pessoas a fazerem uso cada vez mais de sistemas
eletrônicos de monitoramento. Contudo, Denise Mury Rodrigues, diretora da
Ser-tel Serviços Eletroeletrônicos, avalia que o consumo de produtos de
segurança eletrônica vai além da vigilância. “O cliente quer manter sua
sensação de segurança e controle do seu ambiente pessoal. No Rio de Janeiro,
deveria ter diminuído a demanda após a implantação das Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs), mas isto não ocorreu”, analisa. Para o investidor no
setor, a diretora da Ser-tel, que tem 44 anos no mercado, dá algumas dicas para
não fracassar. “Deve-se cumprir compromisso, prazos com o cliente e ter ótimo
pós-venda, dando suporte após implantação”, orienta Denise Rodrigues,
informando que a Ser-tel tem cerca de 15 mil clientes implantados e três mil
clientes de atendimento continuo de assistência técnica. Equipamentos - Entre
os aparelhos eletrônicos de segurança mais vendáveis no setor, a diretora da
Ser-tel destaca o circuito fechado de TV (câmeras). “O CFTV está em alta há 15
anos. São os mais procurados e que oferecem mais variedade. Há também o
controle de acesso que vem crescendo o consumo no Rio. Prédios comerciais têm
procurado esta solução para diminuir o risco de visitas indesejadas”, aponta
Denise Rodrigues citando ainda o alarme de intrusão com monitoramento 24 horas.
“São equipamentos instalados no ambiente e monitorados a distância. Ele permite
que situações como invasão, coação e emergência médica sejam identificadas por
um monitor e este execute procedimentos preestabelecidos para aquelas
circunstâncias”.
Jornal O Fluminense/RJ, 14/05/2012
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