terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Modelo de segurança para a Copa 2014 é apresentado ao setor de segurança privada

No último dia 31/01, representantes de entidades de classe e de sindicatos de empresas de segurança privada, das 12 cidades sedes, fizeram a 1ª reunião com a Gerência Geral de Segurança do Comitê Organizador da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, no Rio de Janeiro. “Foi um primeiro encontro nacional com o segmento para discutir o modelo de segurança a ser implantado na Copa das Confederações 2013 e Copa 2014; alinhar as exigências do modelo com o setor; e esclarecer como se dará a contratação das empresas”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo (Sesvesp), José Adir Loiola, que esteve presente na reunião. Na ocasião, foi apresentada a proposta do Curso de Extensão para Grandes Eventos. A intenção é fazer com que vigilantes de empresas privadas só atuem nos estádios de futebol se estiverem desarmados e se tiverem concluído o Curso de Extensão para Grandes Eventos nas escolas de formação de vigilantes. O curso foi formatado pela Coordenadoria-Geral de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal, que utilizou como base conhecimentos de especialistas em segurança, materiais nacionais e internacionais, assim como o regulamento de segurança da FIFA, além de ter analisado as sugestões e propostas das entidades de classe. Estiveram presentes no evento, representantes da Secretaria Nacional de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) e da Coordenação Geral de Controle da Segurança Pública da Polícia Federal (CGCSP/DPF). “Assim como esta reunião, já fizemos e faremos outros encontros com todas as áreas de segurança que pretendemos contar nos eventos em 2013 e 2014. Esta integração entre as forças públicas e privadas é fundamental e todos precisam entender a função de cada um para que possamos oferecer um padrão internacional nos grandes eventos esportivos que somos responsáveis”, enfatizou o gerente geral de segurança do Comitê Organizador Local (COL), Hilário Medeiros. Cerca de 50 mil profissionais da segurança privada devem ser escalados para o esquema de segurança da Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Em cada estádio, aproximadamente três mil vigilantes, devidamente cadastrados na Polícia Federal, devem ficar responsáveis pela segurança no complexo interno das arenas (tendas de patrocinadores, área de circulação de pessoas, estacionamentos e catracas). Somente no Estado de São Paulo já são cerca de 167 mil vigilantes (entre homens e mulheres), em 400 empresas de segurança legalizadas. No Brasil, o efetivo da segurança privada é de 540 mil vigilantes trabalhando em 1.500 empresas autorizadas a funcionar no País.

Fonte: Revista Segurança e Cia/SP, 06/02/2012

Crise na segurança na Bahia piora área crítica da gestão Wagner

Pego de surpresa pela greve de policiais militares, que desencadeou uma onda de violência em várias regiões da Bahia, o governador Jaques Wagner (PT) sofre um revés na área que é considerada o "Calcanhar de Aquiles" de sua gestão. Com déficit no número de policiais e sem fôlego financeiro para novas contratações, o Estado viu o índice de homicídios disparar nos últimos dez anos. Braço direito do governador, o secretário da Casa Civil, Rui Costa, admite que a segurança pública é o ponto frágil da administração, iniciada em janeiro de 2007. Segundo ele, o governo vem tentando aumentar o efetivo de policiais, considerado insuficiente. "Recuperamos alguma coisa e hoje estamos com 32 mil [homens]. O objetivo é chegar a 40 mil até o fim deste governo. Mas como estamos próximos do limite, não dá para contratar mais", afirmou Costa, referindo-se ao aperto financeiro das contas estaduais. Diante da popularidade elevada do governador, a oposição costuma centrar as críticas na segurança e na saúde, o que deve se intensificar após a greve dos policiais, sem prazo para acabar. O governo não tem expectativa de quando o policiamento voltará ao normal. Apesar de se anunciar aberto ao diálogo, o governo sequer classifica a paralisação como uma greve, mas sim como "um movimento de um grupo de policiais". Na avaliação do professor Joviniano Neto, cientista político da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a pouca disposição para negociar com os grevistas pode manchar a imagem de conciliador de Wagner. "A manutenção dessa situação enfraquece politicamente o governador. Ele estava fora [do Estado] quando a greve foi deflagrada, não teve a capacidade de se antecipar e demorou para agir", disse o professor. "Acontece que a oposição terá dificuldade para criticá-lo, pois as duas greves anteriores ocorreram na época em que eles eram governo", ponderou Joviniano. O contingente de forças federais deslocado para a Bahia ganhou ontem o reforço de 40 homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, a "tropa de elite" da PF. O grupo chegou a Salvador com a tarefa de executar os mandados de prisão contra alguns dos organizadores da greve dos policiais. De acordo com a assessoria do governo baiano, esses policiais federais ficarão à disposição do Estado para remoção dos detidos aos presídios federais. Ontem foi preso o policial militar Alvin Silva, um dos 12 grevistas que tiveram a prisão decretada. Ele é acusado de formação de quadrilha e roubo de carro da corporação. Além dos especialistas da PF, desembarcaram ontem na Bahia outros 300 militares, do Exército da Força Aérea Brasileira. Ao todo, cerca de 3,5 mil homens das Forças Armadas, incluindo a Força Nacional de Segurança, já estão auxiliando no patrulhamento do Estado. Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, solicitou ao comando das Forças Armadas a reintegração da Casa, ocupada desde a última terça-feira por policiais grevistas. Os militares vão avaliar o pedido. De acordo com números de Secretaria de Segurança Pública da Bahia, foram registrados 86 homicídios no Estado durante a greve. Dados do Mapa da Violência, do Instituto Sangari, apontam crescimento de 300% no índice de homicídios na Bahia entre 2000 e 2010. Na capital, a alta é superior a 400%.

Fonte: Jornal Valor Econômico, Política/SP – 06/02/2012